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sábado, 2 de julho de 2011

Bogotá – Cidade do Panamá

 Resto do almoço suculento no charuto voador ...

 O espaço infimo para uma feliz viagem no charuto ...
Uma revista basica entre tantas no aeroporto ....


Agora sim, estamos na America central. Depois de muitos mil quilômetros, aventura a todo vapor, finalmente chegamos a terra do famoso canal que liga os oceanos, Atlântico ao Pacifico.

Chegamos cedo a Air Cargo Pack para o embarque que  estava previsto para as 9:00h da manhã, mas após vários adiamentos, segundo eles na tentativa de embarcar a moto do nosso amigo Manuel, chileno, conseguimos sair por volta de uma da tarde.

Ainda no terminal de carga, tiramos algumas fotos clandestinas, um funcionário já meio irritado nos alertava a todo instante que era proibido tirar fotos daquele local. Mas meio que abobalhados, fazíamos de conta que não compreendíamos o que ele falava. Com a câmera GO Pro que é bem pequena e uma caneta espiã, eu e o Juninho tiravamos as fotos e ainda filmávamos. Coisa de Brasileiro dando uma de João sem braço.

Em meio ao tumulto de tanta carga sendo embarcada, avistamos nossas motos que ainda estavam no pátio. Esse Boing leva de tudo que se possa imaginar, desde verdura até animal; vai cavalo, vai vaca, vai porco, vai tudo e até gente. Derrepente é a vês das motos que são embarcadas sem problema algum.

Vamos! Vamos! chama um cidadão. Era a nossa vês de fazer o tramite da papelada pessoal. Carimbar passaporte, a saída da Colômbia. Pegamos uma van e rodamos uns 15 minutos dentro do próprio aeroporto. Uma fila especial e logo o passaporte já estava liberado para seguirmos viagem.

Embarcar !!! Subimos a escada rumo ao cubículo que nos acomodaria até a Cidade do Panamá. A escada balança de um lado para o outro e ai começa a tensão. Entramos no avião e já recebemos as instruções básicas de como deveríamos nos portar no espremido espaço destinado aos passageiros “VIPS”. No teto já avistamos um remendo, meio parecido fita silver tape. Eu olho para o Juninho, ele me olha e as instruções seguem a todo vapor. Risadas para desfarçar o nervosismos, a coisa é feia.

- Senhores aqui estão as mascaras de oxigênio, se precisar, puxe aqui e coloque no rosto.
O detalhe é que as mascaras estão em um compartimento ao lado, em caso de necessidade mesmo, você não tem como alcança-las, já que estará amarrado ao duro tamborete.
Puxa daqui, puxa de lá, o aeromoço libera o cinto de segurança e faz a demostração pratica de como usar a coisa.

Lá vai.... O compartimento em que ficamos, totalmente trancados e muito quente, sem ar condicionado, sentados de costas, afinal somos apenas uma carga a mais, começa a tremer e fazer um barulho aterrorizante. Como um carro velho, pesado, carregado e passando em meio a um bilhão de buracos, essa é a sensação, o grande charuto voador da a arrancada inicial e decola.

Uffa! Estamos voando. A trepidação se estabiliza e ai somente o calor e o barulho ensurdecedor tomam conta do nosso cubículo. Gente é um espaço muito pequeno entre a carga e a cabine do piloto. Em caso de um vacilo do piloto e carga pode se deslocar e esmaga todos os passageiros, eu e Juninho. Hehehehehe
Alguém abre a porta e o cheiro de comida vaza da cabine do piloto. Era o aeromoço nos oferecendo um lanche; lasanha, amendoin, suco, manteiga e um pedaço de pão. Meio na duvida e com muita fome , decidimos comer. A duvida era devido não ter banheiro no avião, em caso de um desarranjo, estaríamos perdidos, alias nós não, eles que iriam agüentar o perfume.

Após uma hora e dez, sem qualquer aviso, começa a barulheira de novo. Era o trem de pouso sendo destravado para o pouso e já em seguida a carroça se lança ao solo. Uma escada solta inicia sua jornada rumo a nossa perna, mas a tempo conseguimos para-la sem ferimento algum. Tensos, com olhos arregalados, mas mantendo o bom humor, faziamos a filmagem de tudo.

A porta abre e o aeromomoço pede para que fiquemos quietos esperando chegar a escada para decermos. Desembarcamos e já saímos rumo a imigração. Uma jovem senhora com cara de poucos amigos, nos leva ao saguão do aeroporto e ai começa nossa saga.

Esperem, é o primeiro aviso. – Passaporte em mão, ela sai e ai fica aquela enrrolação. O tempo passa, a agonia aumenta, e nada. Até que enfim aparecem dois jovens, sem pressa alguma, em muito bate papo, eles começam a olhar os passaportes e finalmente sai o carimbo de entrada. Mas não a caba ai não. Precisávamos retirar as motos.

Após alguma instrução de um funcionário, começamos a percorrer um longo caminho entre escritórios, carimbos, falatório, fila e uma caminhada com os pertences de mão. O Juninho com a sua maletinha pesando suas centenas de quilos, sofre e eu preciso ajuda-lo a carregar.

Foram exatamente sete carimbos e sete pessoas diferentes carimbando um único papel. Uma burocracia fatigante. Livres? Ainda não.

Agora é a vez da liberação, ou seja, a internação das motos no país. No escritório uma placa – Aguarde, saí em busca de um banheiro. Era só o que faltava. Após uns 40 minutos aprece um senhor gordinho, andar lento, fala mansa, como se tivesse mais uns trezentos anos pela frente, nos chama. Ele começa a indagar, fazendo aquelas perguntas básicas; de onde vem, para onde vai, o que vem fazer aqui, quantos dias vai passar. Respondemos tudo e lentamente ele da inicio ao tramite. Uma TV ao lado é ligada e entre uma teclada e outra, ele vai alternando entre os canais da TV e o volume. Eu olho e o Juninho começa e se coçar. Sinal de estresse.

Foram exatos 90 minutos para que a liberação fosse concluída para apenas duas motos. Ele tenta ajudar e demora ainda mais tentando nos explicar como deveríamos fazer para chegarmos ao hotel. Finalmente saímos da área do aeroporto, felizes por termos entrado no pais sem muita dor de cabeça. Uhu!!! Foi fácil.

Pegamos um taxi e pedimos para que nos levasse a um hotel perto da BMW onde o Juninho vai fazer uma revisão básica na Moto.

Nosso hotel hoje é caro e sem luxo algum, a internet só pega na recepção. Hoje será um dia agitado, vamos tentar sair do Panamá em seis horas. Mas não sem antes irmos as compras no Panamá. O Juninho quer fazer a festa, eu, vou me segurando tentando economizar para a volta, se não vou ter que deixar a moto e voltar com as milhagens da TAM. Uhuh!!!           Aqui no Panamá tudo é em dólar e não vi nada barato.


Esse é o resumo do dia sendo escrito dentro do banheiro sentado no vaso sanitario. É que acordei cedo e pra não incomodar o Juninho acendendo a luz, vim escrever no banheiro mesmo.

Hoje tem roupar pra lavar de novo. As meais e calças já ficam em pé sozinhas e sem apoio. Na Colômbia até cachorro farejou nossa bagagem, mas o cheirinho básico desestimulou o coitado a prosseguir.

Mais detalhes no livro: Duas Rodas, uma aventura transcontinental. Belem - Alaska.

7 comentários:

  1. Waldez, estou admirado com o relato, está conciso e ao mesmo tempo esclarecedor. Já estou esperando o livro.

    Parabéns.

    Evanio Machado

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  2. Grandes aventureiros Waldez Juninho e Chileno!
    Tá muito legal seguir vocês pelo Blog. Uma bem humorada e eletrizande viagem que vamos seguindo!
    Sacanearam o Adriano hehehe (sei que de brincadeira) Mas cuidado que daqui ha pouco ele tá voltando heim!!! kkk

    Super abraço e boas aventuras - o blog tá SHOW!
    Guilherme

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  3. Nesse dia do meu voo eu almocei ao meio dia e só fui comer algo de novo na manhã do dia seguinte...esses LAAAAZA da Air Cargo Pack não me deram rango nenhum no avião e vcs e o Policarpo (rockriders) ganharam...deixa eles comigo...ehehehehe

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  4. Beleza Waldez e Juninho.

    Faço das palavras do Guilherme as minhas.
    Adrino! O Waldez e Juninho tão de sacanagem contigo. rsrsrsrsrs.
    Valeu Srs. fique com Deus.

    Pedro Paulo

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  5. Caríssimo, minha curiosidade é quanto custou o transporte de avião da moto de Bogotá para Ciudad Panamá. E quanto custou sua passagem? Vi casos em que não podia ir no mesmo avião com a moto e também outros casos onde pegaram embarcação em Turbo-COL até Colón-PAN, mas deve ser horrível. O melhor é de avião mesmo, nem compara. Abração e parabéns pelas andanças. Um verdadeiro legado.

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    Respostas
    1. Amigo, o transport ficou em torno de uns 1200 dolares, já incluso a moto e a passagem. Feito com a air cargo pack.

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  6. Bem caro mas vale a pena. Abraço e tudo de bom.

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